quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Os chamados anúncios de M...

Preparava-me para apreciar uma bela refeição caseira, ao jantar, tendo como ruído de fundo a programação do horário nobre de uma das emissoras de TV nacionais. Aguardando com expectativa o início da telenovela, Laços-de-Qualquer-Coisa ou Não-Sei-Quê-de-Paixão, pouca atenção prestando à repetitiva publicidade, ergo o garfo com duas ou três batatas fritas espetadas e qual não é o meu espanto quando oiço, assim que abro a boca:

''Mamã, todos os meus amigos querem fazer cócó na nossa casa-de-banho!''

Levanto imediatamente olhos do prato, aturdida com tal declaração, e fitando a televisão apercebo-me que se trata de, nada mais nada menos que, um anúncio a uma conhecida marca de ambientadores!


Mas alguma vez eu compraria uma ambientador (ou papel-higiénico, ou piaçaba, ou desentupidor...) que fosse tão bom ao ponto de arrastar uma multidão e convencê-la a defecar em minha casa? No meu WC?? Invadindo a minha privacidade? É que nem os gatos de livram de uma valente vassourada se se atrevem a ultrapassar tal barreira! Brincamos, ou quê?

Contudo, o mais grave nem é isto. O mais grave é que à hora do jantar este tipo de episódios se repete diariamente. Ele é anúncios a ambientadores, a papel-higiénico, a comprimidos para a diarreia ou prisão de ventre, passando pelos dinâmicos anúncios da Evax, que ainda demoram a ser processados e só no fim é que uma pessoa percebe que o produto em questão é o mais recente pensinho diário anti-cheiro, ou anti-comichão, ou anti-alérgico (ou anti-jantar...) e não outra coisa qualquer como uma academia de dança, por exemplo.

É apenas uma opinião, e as minhas valem o que valem, mas será pedir muito solicitar a proibição de reclames que tenham como frase de abertura ''Oh não! Diarreia outra vez, não!'' ou ''Mãe, quero fazer cócó!'' no período durante o qual decorre o jantar da maioria dos cidadãos? Posso estar a ser picuinhas, mas considero que são assuntos que não combinam bem... O primeiro então, leva-me a dispender alguns minutos tentando imaginar a infelicidade do personagem. Sim, porque ''Diarreia outra vez, não!'' pressupõe já um longo e desagradável histórico de episódios semelhantes, quiçá deveras embaraçosos, do tipo que não se deseja repetir. Coitado do senhor...

Este género de considerações nunca, jamais, em tempo algum, se deveriam cruzar com apreciações gastronómicas. Imagine-se: ''Esta bolonhesa está fantástica! Olha, lá está aquele infeliz sofredor de diarreia crónica, prestes a desfazer-se em caca mais uma vez... Ninguém merece...'' E depois olhamos para o prato e a bolonhesa já não parece tão irresistível. Parece-se mais com um fumegante prato de... trampa. Pelo menos a mim, mas confesso que tal associação se ficará a dever, muito provavelmente, a perturbações mentais de pequena escala, características da minha pessoa.

Seja como for, e como até nem sou do género revolucionário, aqui fica o pseudo-apelo, disfarçado de desabafo, em meu nome para meu benefício: Revejam as grelhas de programação do horário nobre e considerem uma substituição de anúncios comerciais a papel-higiénico, WC Pato, produtos de higiene íntima feminina (o do GinoCanesten também se engloba nesta categoria, ok? Vejam o anúncio e depois conversamos...) e fármacos reguladores de funções intestinais por outros reclames ou mesmo propaganda política. Porque não? Desde que não seja do Bloco de Esquerda!

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Das terras de Portugal e seus habitantes...

Há uns anos, aquando da minha mudança de habitação, vasculhava eu os classificados de um qualquer periódico quando dei de caras com o seguinte anúncio:


Aluga-se T1, mobilado, soalheiro, na Coina. Tlm ...

Bom, a Coina é um local que nunca me inspirou muita confiança, não só pelo nome mas principalmente pelo facto de, sabe-se lá como, eu ter conseguido perder-me nela a caminho do Portinho da Arrábida. Ninguém se perde na Coina! Só eu! E as memórias ainda me arrepiam... É que a Coina cheira mesmo mal e se dúvidas houvesse, deixaram de haver! Quando li o anúncio, só me ocorreu um pensamento: ''Não deve haver lugar pior para se morar que a Coina...''
Mas mudei de ideias uns minutos depois, ao deparar-me com um anúncio onde se lia:

T2 para alugar no Rego. Tlf...

Epah... morar na Coina deve ser muito mau... mas morar no Rego deve ser terrível! Entre um e outro, venha o Diabo e escolha... Pior que isto, só mesmo viver na Picha!

Quanto a mim, nomes de terras que incluam palavras como ''Rego'', não são dignas de apreciação. Quem, no seu perfeito juízo, quereria comprar ou alugar casa em Rego da Murta? Ou em Rego de Água? Ou, pior que isto: no Caminho de Rego Velho? Se um Rego é mau, um Rego Velho consegue ser tanto pior quanto a nossa imaginação permitir... O que, no meu caso, é simplesmente hediondo! Algo entre uma ameixa seca de tamanho considerável e um saco de serapilheira vazio. Horroroso!

No seguimento deste agradável pensamento, lembrei-me da localidade de Cú do Moinho, provavelmente vizinha do famoso Cú de Judas, que não sendo uma localidade, anda constantemente na boca do povo. E nem me atrevo a referir que, sendo o moínho redondo, torna-se algo complicado encontrar o Cú do dito... Mas porque será que a pessoa que se lembrou de baptizar terriolas com este tipo de substantivo não foi de imediato travada com uma paulada na cabeça?

E que dizer de localidades com nomes como Maçãs de D. Maria? Bem, pelo menos não se chama Tomates do Padre Inácio, o que já não é tão mau como isso... E Rio Cabrão? Gostaria de poder dizer que há um lado positivo em ter localidades com este tipo de nome, mas não posso. E Frangoneiras, e Fonte da Vaca? Já alguém se lembrou de averiguar que nome se dá a um habitante de Fonte da Vaca? Isto para não falar de moradas como Beco da Carne Azeda, Canada das Poias ou Casal Charrinho. E quem se atreve a morar na Rua de Punhete? Ou na Rua do Taralhão?

Continuando por esse Portugal fora, que tipo de gente habita a Palhaça? E na Covilhã moram os ''escovilhões'' (como diria uma querida amiga minha)? E será que na Carne Assada, a especialidade é Bacalhau à Lagareiro? E quem achou boa ideia dar a uma terra o nome de Macalhona? Ou Rabaçal? Sim, Rabaçal!!! Oh, please...

De facto, e muito por culpa do ofício que de momento desempenho, não há dia em que o meu rabo não se encontre com o soalho, num fartote de riso e lágrimas (e uma generosa dose de autêntica idiotice) ao deparar-me com tais localidades.

Mas ainda bem que este nosso país não é feito apenas de Lisboas, Portos e Coimbras, caso contrário eu não teria passado mais uma manhã de trabalho a escrever estas considerações. O mais provavel é não serem lidas por ninguém, mas foram, sem dúvida, o escape perfeito para um acumular de tensão que culminaria certamente num suicídio patético ou noutro desastre do género.

segunda-feira, 29 de março de 2010

What if...?

Como seria se não tivesse sido?

E se não tivesses seguido?
E se não tivesses chorado?
E se não tivesses corrido?
E se não tivesses gritado?
E se não tivesses sorrido?
E se não tivesses sonhado?
E se não tivesses escolhido?
E se não tivesses vingado?
E se não tivesses respondido?
E se não tivesses lutado?
E se não tivesses fugido?
E se não te tivesses escondido?
E se não tivesses arriscado?
E se não tivesses pensado?
E se não tivesses agido?
E se não tivesses amado?
E se não tivesses sofrido?
E se não tivesses feito?
E se não tivesses dito?
E se não tivesses visto?
E se não tivesses ouvido?

...e se não tivesses vivido?

Caminhos, há muitos... Mas só tens uma hipótese...


segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Milagre? Ou conspiração Divina?

Vi Jesus Cristo numa fatia de queijo de cabra, esta manhã. A primeira reacção foi trincá-la urgentemente, tal foi o susto. É que, logo pela manhã, ver este tipo de figura no pequeno-almoço, tira qualquer um do sério. Especialmente se o qualquer um for um ateu!

Porém, foi um impulso do qual me arrependi cerca de dois segundos depois, quando me apercebi de que não tinha registado qualquer prova do meu achado. Não é que tivesse um interesse muito grande em mostrar ao Mundo esta fantástica descoberta, mas perdeu-se ali uma boa oportunidade de conversa conjugal à mesa do jantar...


''Olha querida, nem vais acreditar no que se passou hoje! Confundiram-me com o Cristiano Ronaldo!''

''Ah sim? Olha, eu vi Jesus Cristo numa fatia de queijo de cabra. Beat that!''


Agora coloca-se a questão: que andará Jesus Cristo a fazer, passeando em pequenos-almoços alheios por esse Mundo fora? Sim, por esse Mundo fora, pois fiz questão de encetar uma pesquisa exaustiva, na tentativa de descortinar mais destes avistamentos. E o que descobri deixou-me estupefacta!


Ao que parece, este senhor não se limita a aparecer aos fiéis (e aos outros, pelos vistos) em fatias de queijo de cabra. Não senhor! Foi igualmente avistado em torradas, cebolas, melancias e fatias de pão alentejano! Tendo em conta que a informação tem como fonte a minha avó e os seus contos antigos, sinto-me tentada a não acreditar... Mas, por outro lado, não há fumo sem fogo...

Isto para não falar na quantidade de avistamentos em objectos do quotidiano, como folhas de papel, paredes com infiltrações, tijoleira partida ou mesmo em animais, como borboletas ou traças. Mas estes não me parecem tão interessantes, nem preocupantes.

E preocupantes porquê? Ora bem... antes de mais, não me agrada absolutamente nada ver figuras religiosas às refeições, quanto mais nas refeições! Bem, até tive muita sorte... pelo menos não me apareceu o Papa! Isso sim, seria deveras traumático. Depois, se a ASAE fecha estabelecimentos comerciais com dezenas de anos de existência, por alegada "falta de condições técnico-funcionais e higieno-sanitárias”, porque raio não se considera a imagem de Jesus Cristo na minha bela fatia de queijo de cabra um atentado à saúde do consumidor? Posso, inclusivamente, afirmar que tal visão me provocou uma crise de asma de todo o tamanho, na sequência da obstrução das minhas fracas vias respiratórias, que por sua vez foi provocada pela tentativa de deglutir o mais rápido possível aquela imagem... Nunca tinha visto a morte tão perto. Por outras palavras: Jesus tentou matar-me!! Isto não é preocupante?

Qualquer crente me diria ''Filha, é um sinal...''. Mas um sinal de quê? De que Jesus afinal existe mas é um mercenário que ganha a vida a engasgar ateus até à morte? De que não só está presente no coração de todos os homens mas também nos seus queijos, latas de feijão frade, pães de duas cabeças e um sem-número de bens de consumo?

Posso dizer que este episódio lançou um véu de dúvida sobre as minhas convicções, religiosas e não só. O Armagedão pode estar próximo, e terá como protagonista JC himself, acompanhado talvez do Pai Natal! E nem o Bruce Willis nos salvará, acreditem!

Bom, resta-me apelar aos meus (dois ou três) leitores que tenham o maior cuidado com o que levam à boca, a partir daqui. Ele anda aí, e não está sozinho...

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Big girls don't cry...

It's raining outside... The little girl can't see it, but she hears it. Each drop falls with impact on the roof, on the window... making her sad.

It's dark ando so cold... Not only outside, but in here, too. And worse... inside her. Within her heart, her flesh, her bones. She's turning herself into an ice cube.

Once a dreamer, a romantic soul. Happy little girl spinning among the flowers... Now a bitter heart, incapable of trusting. Where did you go, little girl? What happened to your joy?

But she doesn't know... One day - she recalls - she opened her eyes in the mornig, ready to face the sun, and realized that it looked less bright than usual. The sky was grey, and the flowers... well, they didn't look so pretty anymore...

Didn't ask why, didn´t care...

Maybe the world had always been like that, but she didn't look close enough to see it... And one day, the magic was gone.

Now, she sits on the floor, in the dark, close to the window, hearing the rain. Trying to remember those days, when things weren't so damn complicated. Sometimes she reaches for those memories and it feels good. Other times, it's just to hard not to burst into tears...

But then she remembers: big girls don't cry...

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

The Muppets - Bohemian Rhapsody

Bom, agora que já sei postar vídeos, ninguém me pára! I'm out of control!!!!

Contudo, esta obra de arte em particular, merece. Um tributo aos nossos fofos Queen (e ao Freddy, mais o seu bigodinho), que se transforma numa paródia do melhor!

Aliás, merecia até uma versão mais destrambelhada de um Óscar, ou qualquer outro prémio de renome (não interessa para que categoria). Tomo, portanto a iniciativa de atribuir a esta verdadeira maravilha o prémio Tóscar (trata-se de uma versão mais tosca do Óscar... não me chateiem, não me ocorre mais nada...)

E nada mais tenho a acrescentar, a não ser...
Epah, lindo!