terça-feira, 28 de abril de 2009

Para ti, mana...


Minha pequenina...

Em tempos fizeste de mim o teu modelo a seguir... Grande taralhoquice, digo-te já!

Agora procuras nos outros a imagem que queres para ti, pois a minha ausência é por vezes prolongada, entrecortada por curtas aparições esporádicas e um tanto ou quanto desprovidas do auxílio de que necessitas.

Queres, acima de tudo, um apoio...

Sim, eu sei que estes anos são difíceis de ultrapassar quando se está sozinha. Sei como os sentimentos de deslocação, de frustração, de ansiedade e embaraço nos assaltam indiscriminadamente por tudo e por nada. Sei como nos invade o medo de optar pelo caminho errado. Sei como os amigos podem ser traiçoeiros. Sei como a vida pode ser cínica. Eu sei, bebé...

''Been there, done that...''

Perdoa-me por todo o apoio que não te dou, por impossibilidade. Pedoa-me por todas as horas de confidências de que te privo, por falta de tempo. Perdoa-me por todos os momentos de carinho que não te ofereço, porque simplesmente há demasiado a fazer naquela altura...

Perdoa-me, perdoa-me, perdoa-me.

Com o tempo vais aperceber-te da sensação de sufoco com que a vida, amavelmente, nos brinda. E talvez entendas melhor as minhas palavras, e consigas mesmo ver nelas um reflexo de ti e de mim.

Com a tua inocência, não me julgarás. Sei-o bem. És demasiado pura para tal. A tua candura, tão infantil, tão limpa, tão ingénua é o que tens de melhor. Guarda-a contigo até ao fim da tua vida, pois vais encontrar nela um tesouro raro e sem preço algum.

Não cresças mais, por favor. Permanece assim, criança doce e alva, boa no íntimo, menina dos meus olhos.

Foge do mundo que tenta corromper essa brancura da tua alma, não te deixes agarrar...

Fica para sempre no meu coração, e deixa-me permanecer no teu eternamente.

Nunca, nunca, nunca me deixes... A tua ausente presença alegra a minha vida. Basta-me saber-te aí, para ser feliz aqui.

Basta-me ter-te em mim...

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