Esqueci-me do mundo e dancei comigo. Dancei para mim. Dancei por mim...
Mandei tudo à fava, todos os problemas, todas as preocupações, todas as desavenças. Coloquei atrás das costas todos os sentimentos acessórios, tudo o que não interessa realmente. Porque aquele momento foi meu e só meu.
Voei. Livre como algo livre, nem pássaro, nem borboleta, nem vento, nem nada. Simplesmente livre, e senti-me feliz. Senti-me capaz, senti-me... mais eu.
Ontem sorri. Para ninguém em especial, justamente para a ausência desse alguém. Sorri para dentro, sorri para mim.
Sem nada que me impedisse, sem nada que me fizesse parar... Libertei-me sem esperar consequências. Rodopiei ao som da música, leve, satisfeita. A alma estranhando a felicidade, a mente estranhando o descontrolo, o corpo adorando cada segundo.
Apreciando a solidão, despi-me de complexos e por um momento amei o meu ser. Abracei-me e tornei-me una comigo mesma, quando o normal seria já o sermos desde sempre...
Mas há momentos que não se destinam a durar mais que isso mesmo... um momento. O encanto quebrou-se, a magia desvaneceu-se. Para dentro desta caixinha secreta e trancada voltou o meu eu. O meu outro eu... Aquele eu que nunca devia ter escondido. Aquele que só eu conheço...
De volta à realidade... um novo amanhecer espera-me. Tal como eu espero que um novo amanhecer me liberte novamente.
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